O verdadeiro objetivo do conhecimento profético se alcança apenas pela reforma interior, e não pelo conhecimento acumulado em si mesmo.

domingo, 22 de novembro de 2015

O Estado Islâmico e o cenário profético contemporâneo


Esta bandeira é usada pelo al-Shabaab, também pelo Boko Haram
pelo Estado Islâmico. Ela se baseia na Shahadah, o primeiro 


Origem do grupo

As origens do Estado Islâmico, também chamado de Estado Islâmico do Iraque e Levante (ISIS, na sigla em inglês) ou Daesh em árabe, remetem à rede terrorista al-Qaeda, de Osama bin Laden, responsável pelos atentados  as Torres gêmeas em Nova York (EUA), em 11 de setembro de 2001



Osama Bin Laden
Principal mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001


No ano de 1999, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi fundou o grupo al-Tawhid wa al-Jihad, (Organização pelo Monoteísmo e Jihad) que cederia lugar à al-Qaeda no Iraque, após a invasão americana a este país. Com a morte de Zarqawi em 2006, atingido por tropas americanas, o grupo ganhou um novo líder, Abu Bakr al-Baghdadi que permanece até hoje.

Com uma postura radical ligado à ala sunita e Wahhabista do Islam, o grupo adota uma leitura literal e própria dos ensinamentos islâmicos, e admite práticas como decapitação e execuções sumárias. Por acreditarem que são os únicos e reais fiéis, veem o resto do mundo, inclusive outros islâmicos que não comungam de suas idéias, como infiéis que querem destruir sua religião. Com táticas brutais, realizam sequestros, praticam assassinatos em massa, escravização, ataques terroristas, destroem heranças históricas e etc..., gerando uma onda de medo e violência em todo o mundo.

Cabe lembrar que este grupo radical só conseguiu este poder através das sucessivas intervenções ocidentais em países árabes e islâmicos, e podemos iniciar isso para efeito desta pequena análise, nos anos de 1980, quando do apoio aos Talebans contra os Russos no Afeganistão, sucedendo o apoio irrestrito a Saddam Hussein no Iraque para destruir o Irã (Guerra Irã-Iraque). Em ambos os casos foram criados "monstros" que se voltaram contra seus mestres.

Os Talebans tomaram o Poder posteriormente, cometeram diversas atrocidades e mostraram o caminho a outros grupos de ideologia similar pelo Mundo. Em 2001 o EUA teve que intervir militarmente no País contra seus antigos aliados, e afundou o País em uma guerra que se estende até os dias de hoje.

Já Saddam Hussein não venceu o Irã, mas armou-se as custas das potencias ocidentais, se convenceu de sua própria grandeza, invadiu países vizinhos no início da década de 1990 (Primeira guerra do Golfo) e manteve uma retórica bélica com seus antigos apoiadores que acabou resultando na mentirosa e trágica Invasão do Iraque em 2003, jogando o País em um caos que perdura até os dias atuais.

Posteriormente e apenas citando os fatos mais relevantes, já que são muitos os detalhes desta estória trágica, houve o engodo da Primavera Árabe, e novamente estavam lá as potencias ocidentais fomentando revoltas e insuflando mudanças sociais e políticas que foram desastrosas para vários destes países, e que resultaram dentre outras coisas em uma Revolução no Egito, outra a Líbia e outra na Síria.

No Egito a duras penas as coisas encontraram um rumo melhor, embora o País viva uma Ditadura de Direita atualmente, como que represando as mágoas que poderão novamente estourar e levar o País a um grande conflito interno. 

Na Líbia a insurgência, que na verdade nunca foi um só grupo unido por um ideal, mas vários grupos cada qual com seus próprios interesses, foi armada pelas potências, o que resultou na queda de Kadafi mas também da Ordem social e política do País, lançando-o a uma guerra civil e a total desorganização, abrindo caminho para o terrorismo do Estado Islâmico e resultando em uma legião de refugiados, muitos dos quais morrem no Mediterrâneo a procura de refúgio e paz na Europa e em ouros países. 

Na Síria tentaram derrubar Bashar al-Assad, igualmente armando uma insurgência desunida e multi-facetada como na Líbia, levando o País a uma fatídica guerra civil que segue para seu quarto ano, matando centenas de milhares e expulsando milhões de seus lares.

Então se o incipiente grupelho radical que atuava nas sombras, atualmente chamado de Estado Islâmico, tornou-se uma potencia terrorista de alcance global, isso foi graças também as desastrosas intervenções ocidentais na região, fruto de uma visão míope que visa seus próprios interesses, e não o Bem Comum.

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Em 2003

Em entrevista à BBC, mecânico que ajudou a derrubar monumento a 
ex-presidente iraquiano diz que país 'voltou à Idade Média' e 'foi roubado dos iraquianos', 

Em 2016

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Divisões

O Islamismo, assim como o Cristianismo e algumas outras Religiões, possui “divisões” na forma de interpretar a Fé.

Existem dois grandes grupos, os Sunitas (Sunis) que representam uns 90% do Islam global, e Xiitas (Shias).

Após a morte do Profeta Muhammad (Maomé) em 632 da nossa era, houve uma forte disputa sobre a identidade de seu sucessor, que fez com que os seguidores do Islam se dividissem. 

Profeta Muhammad recitando o Alcorão em Meca 
(gravura do século XV)

Os Sunis acreditavam que Muhammad não tinha herdeiro direto na condução do Islam, e que um líder religioso deveria ser escolhido dentre as pessoas da incipiente comunidade islâmica. Eles escolheram Abu Bakr, amigo e conselheiro de Muhammad como seu sucessor. Suni deriva da palavra Sunnah, que reune os preceitos islâmicos estabelecidos no século VIII, baseados nos ensinamentos de Muhammad.  

Os Shias acreditam que somente ALLAH (DEUS em árabe) poderia selecionar os líderes religiosos, e que portanto, todos os sucessores de Muhammad deveriam ter consanguinidade com ele. Eles sustentaram que Ali ben Abu Talib, primo e genro de Muhammad, casado com sua filha Fatimah, era o legítimo herdeiro da liderança da religião Islâmica após a sua morte. Shia deriva do termo árabe “Shiat Ali” ou "partido de Ali”.

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Fatimah = Fátima

O nome da filha de Muhammad (Maomé) deu o nome a filha de um nobre mouro que 
ocupava a Península Ibérica durante a ocupação islâmica. Este nobre deu o nome de 
sua filha a uma porção de terras que lhe pertencia, e que séculos depois, no atual 
Portugal, foi palco de aparições marianas, as Aparições em Fátima.

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Sunis e Shias possuem subdivisões

O Ibadismi (ou Ibadismo) e o Sufismo (o chamado misticismo islâmico) são correntes independentes do Islamismo, embora sejam mais afinadas aos Sunis. 

O Mustaali, Xiismo Duodecimano, Zaiditas e o Ismaili, são correntes islâmicas de orientação Shia. 

O Hanafismo, Hanbalismo, Maliquismo, Shafi'i e o Salafismo (Wahhabismo), são correntes islâmicas de orientação Suni.

Portanto quando falamos do Estado Islâmico e sua auto-afirmação de que representa o Islamismo, na verdade eles representam o pensamento de uma das várias vertentes do Islam Sunita, o Salafismo ou Wahhabismo.

Estado Islâmico

O Estado Islâmico ocupa atualmente áreas da Síria e do Iraque, e a partir daí expandiu-se para a Líbia, depois da morte da Kadafi, aproveitando-se da desorganização política e social deste País. 

Mas o grupo tem simpatizantes em vários países do Mundo, sendo um dos mais significativos o Boko Haram (A educação ocidental ou não-islâmica é um pecado) na Nigéria, África, que é atualmente o grupo terrorista que mais mata no Mundo.

Outro a ser citado por sua afinidade de pensamentos com o Estado Islâmico, embora não haja apoio explicito, é o grupo sunita Hamas ("Movimento de Resistência Islâmica") na Faixa de Gaza e West Bank, com seu braço armado, as "Brigadas Izz ad-Din al-Qassam" que atuam basicamente contra alvos israelenses e norte-americanos.

O Hamas é de corrente islâmica Suni e Wahhabista.

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O Estado Islâmico declarou em 2014 ter formado seu próprio califado no Oriente Médio, onde viveriam cerca de 8 milhões de pessoas. O califado é um sistema de Governo que se baseia numa interpretação literal da Lei islâmica, a Sharia, e baseado nisso o Grupo Estado Islâmico obriga mulheres a usar véu, realiza conversões forçadas, realiza perseguição a todos que discordarem de suas práticas, islâmicos ou não, promove castigos severos que incluem chibatadas e imolação, praticam a decapitação e realizam execuções com alto requinte de crueldade, como explodir pessoas, afoga-las, queima-las, joga-las de prédios e locais altos e até mesmo atropela-las com tanques de guerra.

O Califado foi oficialmente extinto como forma de Governo nos anos iniciais do Século 20, e sua ideologia busca formar uma unidade política do mundo Islâmico, sobrepondo-se a ideia da nacionalidade e pregando o fim das fronteiras nacionais em prol da unidade no Islamismo.



Qual é o real nome do grupo?

ISIS, ISIL, EIIL, EI, Daesh, Estado Islâmico, Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Todas são denominações do mesmo grupo e todas são válidas.

Na verdade o autoproclamado Estado Islâmico (EI) não é um Estado formal, não é um País, é um território tomado e governado pela força e pelo medo, sem qualquer representatividade ou reconhecimento formal pelas Nações ou Organizações do planeta.

O nome em árabe do grupo é "ad-Dawlah al-Islāmīyah fī al-‘Irāq wash-Shām" ou em português, "Estado Islâmico do Iraque e Al-Shaam", e o nome em árabe gerou o acronino Da'ish ou Daesh.

Al-Shaam refere-se a Síria ou a Grande Síria, uma região que abrange
alguns países do Oriente Médio como a Jordânia, Israel, Iraque e o Líbano

A grande Síria ou Al-Shaam

Mais recentemente o grupo divulgou o termo "Estado Islâmico do Iraque e do Levante", que deu origem ao acrônimo EIIL, buscando ressaltar a questão do pan-islamismo, e o termo "Levante" inclui geograficamente a Jordânia, Israel, Palestina, Líbano, Chipre e Hatay, uma área no sul da Turquia.

O acrônimo ISIS vem da tradução em inglês, Islamic State of Iraq and Syrya.

Portanto todos são nomes válidos e referem-se ao mesmo grupo. Eu prefiro utilizar o termo ISIS, ou o mais comum e que faculta seu melhor entendimento em português, Estado Islâmico, embora este termo seja uma distorção pois não há Estado algum.


Representatividade

Como já explicado, o Estado Islâmico atua defendendo uma das correntes do Islam sunita, o Wahhabismo, e cabe comentar que esta é a linha ideológica, religiosa e política de apenas um País do Mundo Islâmico, País este defendido como um dos "maiores aliados" das potências do Ocidente cristão, a Arábia Saudita, e curiosamente, é praticamente uma nulidade da mídia global quando se fala em terrorismo. 

Por outro lado existe uma ênfase da mídia nos atos de terrorismo em países ocidentais, quando na verdade,  78% das vítimas fatais do terrorismo islâmico se concentram entre Afeganistão, Iraque, Nigéria, Paquistão e Síria, e quase 90% de todas as mortes perpetradas por terroristas islâmicos, são islâmicos.

Não estou condenando a cobertura da mídia, estes ataques tem que ser informados e são crimes contra a Humanidade inteira, mas estou chamando a atenção para o fato de que há uma tendência midiática de focar em demasiado alguns dos ataques, os que são praticados contra Potências ocidentais, enquanto outros de países periféricos praticamente são ignorados, mesmo quando fazem grande número de vítimas, e esta tendência acaba por distorcer a verdadeira face deste grupo, que não pratica uma guerra exclusiva contra cristãos ou o Ocidente, mas contra TODOS que pensam de forma diferente da sua, e suas principais vítimas tem sido islâmicos. 

E isso considerando apenas as mortes, pois se considerarmos os que tiveram que fugir deixando seus lares, propriedades, deixando suas próprias raízes culturais e sociais, estamos aqui falando de milhões de pessoas, milhares deles cristãos e de outras Religiões, mas em sua maioria islâmicos, que buscam asilo em variados países locais, mas também na Europa, sendo este outro aspecto curioso da abordagem midiática.

Porque apenas uma parcela dos refugiados vai para a Europa, e novamente existe uma enfase demasiada a questão, como se isso estivesse ocorrendo apenas "agora", e na Europa houvesse uma ação deliberada de "invasão" ao continente.
A maioria de refugiados do Estado Islâmico estão concentrados em países como a Turquia, Egito, Líbano e Jordânia.

Os islâmicos tem sido as principais vítimas deste radicalismo, e se o apoiassem ficariam em suas terras, em suas casas, se filiariam a sua causa e atuariam de acordo com seus preceitos e práticas.

Mas a maioria foge deles!!

Este enfoque da grande mídia, além de dar uma visão ligeiramente distorcida da questão, a ponto de fomentar grandemente a Islamofobia, o ódio aos Muçulmanos, traz outros aspectos relevantes, principalmente o fomento do medo baseado na religião, nacionalidade e etnia.

E este medo interessa aos radicais de todos os lados, porque quanto mais for presente, maior será a dificuldade de entendimento, maior será o ódio, maior será o preconceito e portanto, maior será o conflito.


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Cenário Profético

O Corão, Livro sagrado do Islamismo, possui em seus escritos um conceito similar ao Apocalipse cristão, o Quiyamah, também conhecido por Dia de Julgamento ou Dia do Juízo Final.

Este é o período assinalado no Corão em que a humanidade será julgada por DEUS por seus atos coletivos, e que traz colocações extremamente similares a Revelação a João e presentes em outros livros proféticos Bíblicos.

Posso citar rapidamente algumas similaridades, como a ascensão do anticristo (ad-dajjal no Corão), Gog e Magog (Yajuj e Majuj), o retorno de Jesus (Issa), Guerras e Mudanças geofísicas.

A proximidade do Quiyamah pode ser percebido, segundo o Corão, por uma série de sinais que podem ser divididos em aspectos sociais, políticos, religiosos, climáticos, geofísicos e outros.

Um dos sinais indicados é que "A religiosidade e o conhecimento islâmico irão baixar, apesar do progresso científico"

E o próprio Muhammad disse sobre isso que "Entre os sinais da aproximação da hora do Juízo Final, estão a existência de muitos leitores e poucos entendedores e de tantos Príncipes e tão poucos Probos."  -   "Haverá no final dos tempos adoradores ignorantes e leitores corruptos."

E acrescentou: "A ignorância dominará as pessoas".

O que Muhammad nos informa com estas palavras, é sobre o surgimento de grupos radicais que usam o islamismo como justificativa, e em como este fato assinala a proximidade do "Dia do Julgamento". Então grupos como os Talebans, a Al-Qaeda, o Estado Islâmico, o Boko Haram, o Hamas e outros, são indiretamente citados neste contexto, porque pervertem a Fé Islâmica, disseminando preconceito e violência em nome de DEUS. 


LEIA


Al-Shaam

Mas os textos sobre o Quiyamah, escritos em torno de 1.400 anos atrás, são ainda mais diretos a respeito do Estado Islâmico, quando afirmam sobre Al-Masih ad-Dajjal, (falso messias, o impostor), o nome dado ao anticristo nos textos do Corão, que "Ele surgirá entre Shaam e o Iraq".

Como já dito acima, Shaam ou Al-Shaam refere-se a própria Síria e sua capital, Damasco, mas também refere-se a uma região geográfica específica, a Grande Siria, que compreende a Jordânia, Israel, Iraque, Líbano, a Ilha de Chipre, Sul da Turquia e a Península do Sinai.



Compare com a área pretendida pelo ISIS para estabelecer seu califado.

Portanto os textos proféticos islâmicos nos falam exatamente da região o qual o Estado Islâmico se estabeleceu, e o grupo ambiciona praticamente o mesmo território de Al-Shaam histórico, o qual ad-dajjal (o anticristo) profeticamente deverá ascender, lembrando ainda que o nome do grupo é "Estado Islâmico do Iraque e Al-Shaam".

Então o ISIS tem relação com a ascensão do anticristo? Esta é uma questão bem relevante, e ao que me parece, Sim.

Não é que esta liderança chamada de anticristo vá surgir do grupo, isso não faria sentido já que ele surgirá inicialmente como uma liderança de Paz. Mas o grupo está no contexto de eventos do Oriente Médio, e porque não, mundiais, que possibilitarão seu surgimento. 

Portanto os textos do Quiyamah, podem estar nos indicando mais que uma região geográfica, eles podem estar indicando um contexto, e este contexto envolve diretamente o Estado Islâmico.

Região geográfica da ascensão do anticristo, segundo profetas Bíblicos
(respectivamente áreas indicadas por Daniel, Isaias e Ezequiel)

                   



É possível que o anticristo surja justamente para se contrapor ao grupo, fazendo com que a retórica radical se esvazie em prol de uma união pan-islâmica, para posteriormente promover uma união Abraâmica (Judeus, Islâmicos e Cristãos). Mas tudo isso será apenas mais uma manipulação da Fé, uma falsa Paz, o qual os objetivos são bem claros na Bíblia e no Corão: Negar a DEUS e se colocar, ele próprio, como Divindade. E com esta pretensão, levará o Mundo a uma gigantesca guerra.

Mahdismo

E o próprio Estado Islâmico se utiliza tanto de afirmações proféticas quanto de afirmações pseudo-religiosas para promover assassinatos, a violência e a guerra. Isso não é muito abordado na mídia, que foca demasiadamente nas atrocidades cometidas, mas uma pesquisa um pouco mais aprofundada sobre a base ideológica do grupo demonstra que eles também se utilizam de retórica profética para arregimentar membros.

Por exemplo, além da ligação inequívoca com al-Shaam, o grupo usa com alguma regularidade e de forma distorcida o Mahdismo,  a crença de que nos tempos finais, ALLAH (DEUS em árabe) usará um servo que possui moralidade superior conhecido como Mahdi (“o guia para a verdade”), e ele orientará a humanidade de volta a direção da moralidade, que no caso do grupo significa a submissão a seus próprios conceitos de comportamento.

Segundo a escatologia tradicional do Islam, a primeira tarefa de Mahdi será promover uma guerra de idéias dentro do Mundo Islâmico e fazer com que aqueles muçulmanos que se afastaram da essência verdadeira do Islam, que retornem a crença verdadeira e a moralidade. 

E Mahdi terá mais três tarefas básicas, ainda segundo a escatologia tradicional: 

1. Combater todos os sistemas filosóficos que negam a existência de ALLAH e que dão apoio ao ateísmo. 

2. Combater a superstição, libertando do Islam do jugo dos indivíduos hipócritas que o corromperam, e então revelar e implementar a verdadeira moralidade islâmica baseada nas regras do Corão. 

3. Fortalecer todo o Mundo islâmico, politicamente e socialmente, e então trazer sobre ele a paz, segurança e bem-estar pela solução de todos os problemas sociais. 

Portanto o ISIS usa uma versão distorcida do Mahdismo (assim como distorce toda a Crença islâmica) para buscar legitimidade entre os demais Islâmicos, tomando para si o papel de abrir o caminho a ascensão de Mahdi.

Cabe comentar que o surgimento de Mahdi é também um dos grandes sinais da proximidade do Dia do Julgamento (Quiyamah).


Profecias cristãs

E o grupo Estado Islâmico também se utiliza de elementos da escatologia cristã, quando afirma, por exemplo, que irá hastear sua Bandeira em Roma ou que matará o Papa, se utilizando de elementos proféticos amplamente conhecidos por aqueles que estudam o tema, mesmo sem grande profundidade, como a própria Revelação a João, as Profecias de São Malaquias ou ainda profecias mais recentes como as do Terceiro Segredo em Fátima, sem citar outras tantas que narram contextos similares e que estão presentes neste Blog.

Capa da Revista do Estado Islâmico, com uma montagem da
Bandeira do Grupo sobre o Obelisco do Vaticano.

E pode até haver uma motivação sincera quando assim afirmam, o que seria ainda mais intrigante em termos proféticos, porque estas afirmações reafirmariam o que outros textos proféticos cristãos dizem sobre a perseguição aos cristãos, a invasão bélica da Europa e a destruição do Vaticano.

  • "Aqui está a mente que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada; (Apocalipse 17:9)  ... Disse-me ainda: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas. E os dez chifres que viste, e a besta, estes odiarão a prostituta e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo." (Apocalipse 17:15-16)
  • "Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia e ruínas, e meio trêmulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. " (Trecho do Segredo revelado em Fátima - 1917, transcrito em 1944 por Irmã Lucia)
  • … enquanto nos aproximávamos, o fogo se arrefecia e nós vimos um prédio enegrecido. Nós entramos nele, passamos através de alguns recintos magníficos e nós finalmente chegamos ao Papa. Ele estava sentado e dormia em uma grande cadeira. Ele estava muito doente e fraco, e não conseguia mais andar. Os membros da Igreja mais próximos olharam de forma pouco sincera e demonstravam um zelo inexistente; eu não gostei deles.” (Anne Catherine Emmerich - inicio dos anos 1800)
  • "Pobre Itália, está caminhando para uma violência feia... O mundo está caminhando para a ruína. Cuidado com o mês de maio; vejo terremotos, aluviões, vejo sangue... Ocorrerão fatos tremendos. Um meteoro cairá sobre a Terra e tudo estremecerá. Será um desastre muito pior que uma guerra. ... A volta de Cristo não está próxima... mas falta pouco... O silêncio e o sossego voltarão um dia a reinar sobre a Terra, somente então o homem redescobrirá o homem". (Padre Pio de Petrelcinna - na metade do século 20)
  • "E de ti, Roma, que será? Roma ingrata, Roma efeminada, Roma soberba. Tu chegaste a tal ponto que não procuras outra coisa, nem nada mais admiras em teu soberano senão o luxo, esquecendo que sua glória verdadeira está sobre o monte Gólgota. ... Roma! ... Eu irei a ti quatro vezes. Na primeira golpearei as tuas terras e os seus habitantes. Na segunda, levarei a destruição e o extermínio até os teus muros. Não abres ainda os olhos ? Virei a terceira vez e derrubarei as defesas e os defensores e ao comando do Pai seguirá o reino do terror, do medo e da desolação. Mas os meus sábios fogem. A minha lei continua sendo pisada. Por isso farei a quarta visita. A guerra, a peste e a fome são flagelos com os quais serão castigadas a soberba e a malícia dos homens.” (Dom Bosco, 1870)



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A Rússia

Outro aspecto muito relevante na questão é o envolvimento direto da Rússia no conflito da Síria, algo que nos remete a profecias bíblicas de Ezequiel e igualmente presente no Corão e no Torah, sobre Gog e Magog (Yajuj e Majuj).

Gog e Magog ou Yajuj Majuj no Corão, foi o nome de uma comunidade descendente de Yafith ou Jafé, filho de Nuh (Noé).

Yafith ou Jafé é associado a um povo de etnia branca que ocupou a área da atual Turquia e Armênia, formando posteriormente o povo chamado pelos gregos de Citianos (Scythians, Sakas ou Sakai), que se espalhou também pela Ásia, chegando a Índia, e posteriormente também a Rússia e a Europa, em um processo de migração e miscigenação de séculos. 

Existem algumas hipóteses, dentre elas que quando os citianos começaram a ocupar as terras mais ao norte do Cáucaso, em direção a Europa, miscigenaram com os Varangians, descendentes de vikings que migraram para o sul da Escandinávia, e daí surgiu o povo Rur, que deu origem ao nome Rússia. 

É por isso que se associa Yajuj e Majuj (Gog e Magog) a Rússia ou a nações da antiga União Soviética, e se até poucos anos a atuação russa na região era mais discreta, hoje todos sabemos que o próprio Assad, governante sírio, só se mantém no Poder devido ao apoio russo, que no inicio da insurgência contra o Governante promovida pelo Ocidente, se opôs ao EUA e potencias europeias que pretendiam alija-lo a força do Poder, assim como fizeram com Kadafi na Líbia e Saddam no Iraque.

E atualmente o envolvimento da Rússia vai além da retórica política, sendo País atuante no cenário bélico da região, atuando contra o ISIS diretamente, bombardeando cidades sob o controle do grupo, fornecendo armas e dando apoio logístico ao exército sírio leal a Assad.

Este cenário não é ainda o de fato descrito sobre Gog e Magog, mas traz a Rússia a posição de destaque na atuação na região, fato que não ocorria antes, e abre inúmeras possibilidades, podendo mesmo a Rússia não mais abrir mão de sua influência regional direta, e indo de encontro a interesses futuros de países como Israel e o próprio EUA.




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Ainda sobre a Arábia Saudita

Mais acima eu comento sobre a Arábia Saudita e sua linha político-religiosa Islâmica Sunita Wahhabista. Estes comentários são baseados nos fatos que podemos apurar, e portanto, cabe a responsabilidade de afirmar aquilo que podemos efetivamente demonstrar pela lógica e pelos acontecimentos divulgados.


Mas penso que a Arábia Saudita é um dos principais financiadores e apoiadores do Grupo Estado Islâmico.

Não falo aqui exatamente do Governo Saudita, mas o País é governado por uma Elite familiar, a "Casa dos Saudi" cujos os membros circulam pelos Salões da Diplomacia e do Poder Mundial, são riquíssimos e influentes, principalmente pela força de Petróleo e Gás que seu País produz.

E também cabe lembrar que esta casta familiar governa o País com o auxilio de outra casta, a elite Religiosa Sunita e Wahhabista que dita as regras de comportamento e moral no País, que dentre outras coisas proíbe mulheres de dirigir ou viajar, suprime qualquer outra manifestação de Fé, proíbe judeus de pisarem no solo do  País (nem sequer em vôos com escalas), e no qual até usar a internet pode ser um crime passível de imolação ou morte.

Portanto entendo que membros destas castas sauditas, e certamente também de outras esferas sociais do País, acabam por dar apoio financeiro ao grupo, através de doações generosas e também na facilitação de negócios e contatos para o Estado Islâmico.

A afinidade politico-ideológica e religiosa do grupo com a Arábia Saudita é inquestionável, e até mesmo a maior parte da Liderança do Estado Islâmico, assim como era da Al-Qaeda, é Saudita.

Mas posso estar errado e o tempo dirá.

Este "aliado do Ocidente", a Arábia Saudita, não por acaso quase não é mencionado na mídia ocidental quando se fala em Terrorismo, em Direitos Humanos ou Democracia, já que boa parte da mídia, notadamente ao abordar cenários externos, busca produzir pautas alinhadas aos interesses políticos e econômicos de seus países de origem.

Os interesses que movem esta associação profunda entre alguns países Ocidentais e a Arábia Saudita, escapam das análises mais evidentes sobre Petróleo. Elas esbarram em profundas questões geopolíticas, que fogem a nossa lógica comum e constituem-se de uma contradição por parte de alguns países, entre o Discurso e Prática no cenário global.


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Srs.,

a conclusão inevitável sobre o ponto de vista profético, é que o surgimento do grupo Estado Islâmico está muito vinculado ao tema.

Trata-se de uma "coincidência" que eu chamaria de incrível, que textos escritos há dezenas de séculos como Ezequiel, Daniel, Isaías ou ainda o Quiyamah, sejam tão precisos ao citar uma região geográfica específica como o cenário de eventos atuais de relevância global, e que estes eventos estejam ocorrendo em série, citando também países como o Irã, Israel, Turquia ou Egito, além da própria Síria e o Iraque.

E também chama a atenção que tais citações proféticas tenham sido preservadas nas três religiões monoteístas abraâmicas, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Mesmo considerando a origem em comum destas religiões, a preservação e observância destes textos nas três Religiões é fato relevante.

Considerando o nível de acertos destes textos em relação ao cenário atual, considero relevante que se preste atenção ao que estes mesmos textos nos dizem sobre o cenário que ainda está em nosso futuro.

E cabe lembrar sempre que este grupo não representa o Islam, não representa os Islâmicos em geral, assim como tantos outros grupos que se denominam cristãos, não representam a totalidade do Cristianismo.

O extremismo não tem Religião, tem apenas objetivos que coadunam com seus próprios interesses.

Radicalismo, Política, Poder e Dinheiro NÃO TEM FÉ.





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